Hoje é mais um dia comum em Itapecuru, uma das vinte cidades
mais importantes do Maranhão. Nela, pessoas transitam no vai e vem cotidiano, e
se deparam com muitos problemas. Problemas, que em ano de eleição municipal, se
tornam mais evidentes e são muitos os que tentam resolvê-los. Os candidatos, na
guerra de palavras e propaganda, tentam justificar à população porque podem ser
os construtores de uma nova Itapecuru. Enquanto uns mostram sinceridade e
credibilidade perante as pessoas, outros maquiam sua face de maus gestores e maus
representantes do povo.
Nos últimos oito anos avançamos pouco e retrocedemos muito.
Nos últimos 16 anos não passamos do trivial, e nos últimos 30 anos ficamos
atrasados no tempo, na história, na qualidade de vida das pessoas. Na verdade,
somos vítimas da falta de alternância de poder e mais recentemente, reféns de
um mesmo grupo político.
Atualmente, o lixo está na porta de nossas casas,nas ruas; o
esgoto corre a céu aberto e forma enormes poças, prejudicando o cidadão; a
iluminação pública é parca; estamos inseguros na rua, em casa; os estudantes
não se sentem atraídos pela escola pública que oferecem; e quando precisamos do
atendimento de saúde, somos maltratados e desamparados por quem, por direito,
deveria nos acolher. Por que isso acontece? Por que o cidadão tem seus direitos
violados e sua dignidade roubada?
A grave situação porque passa o município de Itapecuru pode
ter explicação na conduta errada e contínua que os administradores públicos
adotam para se perpetuarem no poder: a ação de não administrarem para todos,
mas, para si próprio e para os mais próximos. Sim, para si próprio e para os
mais próximos, quando, subitamente, enricam, vertiginosamente, em detrimento da
população pobre e esquecida. Há muito tempo administra-se para um pequeno
grupo, que se favorece do bem público, quando todos, indistintamente, pagam os
impostos. O poder público somos todos nós e somos nós que sustentamos o poder
público.
Daí, se dão o direito de conceber uma Câmara de Vereadores
com edis de cinco mandatos (e ainda querendo mais), ou de estarem anos e anos
na prefeitura, repetindo mandatos, indo e voltando, aumentando as mazelas da
população. O que podemos esperar, se continuarmos permitindo esse círculo
vicioso, o daqueles que enganam, maculam a imagem de nossa terra e impedem o
progresso de Itapecuru? Por vontade própria decidem pela população, sem ao
menos nos perguntar, como se de migalha vivêssemos, ou se nos contentasse com
pouco. Para conhecimento dos poderosos e dos que se acham grande demais para
serem derrotados, lembrem-se: o verdadeiro grupo é o povo; grande é o povo,
porque verdadeiramente decide e pode tirar de sua companhia os aproveitadores.
Aproveitadores que ludibriam, que mínguam a esperança das
pessoas por melhores dias. Esses, o que prometem não cumprem, porque não tem
capacidade para isso, e aí, perdemos nós e a cidade, podendo apenas vislumbrar
o atraso, o atraso e só o atraso.
A nossa prefeitura necessita, urgentemente, primeiro de um
cidadão. Depois, de um gestor, sério, honesto, responsável, competente,
trabalhador, que goste da população, de atitude e coragem, para que possamos
sentir orgulho de sermos itapecuruenses e por este município batalhar,
construindo um futuro decente e digno para todos. Que a vergonha e o respeito
voltem a reinar nos quatro cantos de Itapecuru Mirim.
A Câmara de Vereadores necessita, imediatamente, de pessoas,
cujo brio esteja estampado em suas atitudes, as mais nobres possíveis, e não
termos indivíduos movidos pelo egoísmo, ganância e sentimentos de amor próprio,
que subam à tribuna para dizer, em alto e bom som, num dia de uma votação
importante para a coletividade, que votará contra a matéria porque é amigo do
prefeito e não deseja prejudicá-lo. Queremos uma Câmara que nos represente e
não pose ao lado do prefeito para tirar proveito, legislando em causa própria.
Que o erário público não seja usurpado para bancar dez ou mais, quando mais da
metade dos quase 62 mil habitantes do município de Itapecuru Mirim, vive em
situação de pobreza e miséria.
Uma coisa é certa: para que o cidadão itapecuruense viva bem
e tenha seus direitos garantidos, não se pode votar nos oportunistas, na
mesmice, na falta de escrúpulo. Itapecuru não precisa de um prefeito nulo ou
inútil, nem de vereadores que só concordem com o Executivo, numa prática de se
dar bem, nomeada, folcloricamente, de parceria.
Se tivermos a consciência de fazermos tudo diferente disso e
alternarmos o poder, dando um basta no caos em que estamos inseridos,
certamente, o reservatório de água e a creche no bairro da Torre vão,
finalmente, funcionar, beneficiando quem mais precisa deles: a comunidade; bem
como as poças de água e as ruas intrafegáveis do bairro Roseana Sarney serão
substituídos por acessos livres e pavimentados; o ginásio poliesportivo próximo
ao Terminal Rodoviário ganhará a sua cobertura e terá o que o projeto original
lhe conferiu; a ciclovia, ao longo da Avenida Professor Antonio Olívio Rodrigues,
chegará ao seu destino e com um detalhe: mais bem feita do que agora; o tão
falado balneário do DER será concluído, porque se terá competência para isso,
enfim, Itapecuru será forte, porque forte seremos para dizer não ao atraso e
sim ao desenvolvimento, com a participação de todos nós.
Acreditem, um dia nossa terra sorrirá e o lamento triste de
pessoas desassistidas não mais se ouvirá, pelo simples fato de banirmos o
sofrimento, a humilhação e o desprezo. Que esse dia seja 07 de outubro.